terça-feira, 25 de outubro de 2011

Festival do Rio 2011 - Balanço Geral

Com um saldo final sem dúvida alguma positivo, mais um Festival do Rio se encerra. Há de se comentar a relevância das obras mais particulares nesse festival, não só na EXPECTATIVA (Polisse, O Fim do Silêncio), quanto na IMAGENS DE ISRAEL (Invisível), Première Brasil (Uma Longa Viagem) e a LIMITES E FRONTEIRAS (18 Dias no Egito). Creio que o experimentalismo reinou nesse Festival, ainda que filmes mais tradicionais (Inquietos, Lições de um Sonho) também tenham se destacado. Foi um Festival de bastantes surpresas, boas (Histórias que Só Existem Quando Lembradas, Sudoeste) e ruins (Um Método Perigoso, Aqui é o meu Lugar, Último Dia em Jerusalém). De qualquer maneira, foram 14 dias excelentes, de sair com o cinema ainda mais impregnado na alma. Que venha o próximo!

Lições de um Sonho :)
Gun Hill Road :O
As Melhores Intenções :x
O Fim do Silêncio :)
Histórias que só Existem Quando Lembradas *-*
Um Método Perigoso :|
Polisse :O
Michael :O
Invisível :O
Prova de Artista :)
Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios :)
Último Dia em Jerusalém :x
O Garoto que Mente :)
As Canções :D
Sudoeste :D
Inquietos *-*
Juntos Para Sempre :|
O Palhaço :)
Clube do Tigre :(
A Estrela de Copérnico :x
Aqui é o Meu Lugar :|
A Árvore do Amor :|
Uma Longa Viagem :O
Corações Sujos :|
18 Dias no Egito :O
Ausente :)
Sibéria, Monamour :D
A Cor do Oceano :|

FESTIVAL DO RIO 20/10

Um último dia bastante regular.

Sibéria, Monamour
(Dirigido por Slava Ross / Expectativa 2011)



Soa como um filme bastante maduro, com plenos poderes sobre si mesmo, o que é de se espantar por ser dirigido por um estreante. Fotografia bela, planos belos, narrativa interessante... Enfim, um filme realmente bom, o que já é digno de fogos!
Avaliação: :D

A Cor do Oceano
(Dirigido por Maggie Peren / Limites e Fronteiras)



Ainda que bastante irregular, tem como base uma excelente estrutura narrativa que promove a ampliação do tema retratado para além da tela. Gostaria de acreditar que os problemas técnicos ocorrem apenas por falta de dinheiro, mas ao notar certos aspectos como enquadramento e fotografia, vemos que não é bem assim.
Avaliação: :|

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

FESTIVAL DO RIO 19/10

18 Dias no Egito
(Dirigido por Sherif Arafa, Kamla Abu Zikri, Marwan Hamed, Mohamed Ali, Sherif El Bendary, Khaled Marei, Mariam Abou Ouf, Ahmad Abdallah, Yousry Nasrallah e Ahmed Alaa/ Limites e Fronteiras)



Experimental e apaixonado, ao mostrar vários pontos de vista, parece transmitir o sentimento de toda uma nação.
Avaliação: :O

Ausente
(Dirigido por Marco Berger / Mundo Gay)



Com um bom elenco e uma câmera farejante, o filme possui uma ambiguidade constante, por vezes erótica. Um filme sedutor.
Avaliação: :)

FESTIVAL DO RIO 18/10

Curioso... Um filme bonito, que podia ser muito mais do que é; Uma puta experimentação; Um filme mais ou menos quase mercadológico.

A Árvore do Amor
(Dirigido por Zhang Yimou / Panorama do Cinema Mundial)



Uma linda história de amor que fascina, e envolveria o expectador se não fosse os repetitivos fades e cartelas. Uma constante quebra de clima que irrita por sua ausência de necessidade.
Avaliação: :|

Uma Longa Viagem
(Dirigido por Lucia Murat / Première Brasil)



Impressiona pela ousadia estética, ainda mais partindo de uma realizadora experiente. As projeções sobre Caio Blat são em sua maioria belas, enquanto os registros documentais de Heitor são bastante inconstantes. O que realmente não parece ter desníveis é a narração visual e falada de Lúcia, que interfere bela e diretamente no filme.

Avaliação: :O

Corações Sujos
(Dirigido por Vicente Amorim / Première Brasil)



Excelente premissa, contada através de uma narrativa que não alcança o potencial da história. Muito bom tecnicamente, ainda que sua montagem e seus planos lembrem excessivamente a dos filmes comerciais americanos.
Avaliação :|

FESTIVAL DO RIO 17/10

Dia de merda!

Clube do Tigre
(Dirigido por Peter Gersina / Mostra Geração)



Tecnicamente eficiente. Possui uma narrativa boba, perfeita para um filme de sessão da tarde.
Avaliação: :(

A Estrela de Copérnico
(Dirigido por Zdzislaw Kudla e Andrzej Orzechowski/ Mostra Geração)



De péssimo gosto, não parece agradar em nada. Soa complexo para as crianças e infantil para os adultos.
Avaliação: :x

Aqui é o Meu Lugar
(Dirigido por Paolo Sorrentino / Foco Itália)



Mesmo com o personagem brilhante conduzido por Penn, o filme é bastante irregular e cheio de momentos constrangedores. Há de se notar também que existem sequências maravilhosas, como a do velho nazista.
Avaliação: :|

domingo, 16 de outubro de 2011

FESTIVAL DO RIO 16/10

O Palhaço
(Dirigido por Selton Mello / Première Brasil)



Ainda que com uma estrutura narrativa esquisita, "O Palhaço" comprova que Selton Mello está "fazendo o que nasceu para fazer": Cinema. Todos os segmentos se encontram em harmonia, possibilitando que o clima de espetáculo circense tome conta do expectador. Os aplausos no fim deixam de ser surpreendentes.
Avaliação :)

FESTIVAL DO RIO 15/10

Um dia de contrastes, um filme morno e a maior pérola vista no festival até então.

JUNTOS PARA SEMPRE
(Dirigido por Pablo Solarz / Première Latina)



Tecnicamente impecável, funciona bem como comédia. Entretanto, não impressiona. Um filme bem realizado, mas de pouca inspiração.
Avaliação :|

INQUIETOS
(Dirigido por Gus Van Sant / Panorama do Cinema Mundial)



Exalando delicadeza por todos os seus poros. Roteiro, direção, fotografia, montagem, trilha sonora, arte... Tudo na mais bela sintonia. Mesmo girando em torno da morte e de dramas profundos, o filme consegue ser feliz, levando o expectador aos sorrisos durante toda sua extensão. Obra-Prima.
Avaliação: *-*

FESTIVAL DO RIO 14/10

Dia brasileiro, o melhor do festival, sem dúvida.

As Canções
(Dirigido por Eduardo Coutinho / Première Brasil)



Colocando-nos na frente de pessoas reais, com histórias reais. Ao mesmo tempo em que interfere diretamente em seus depoimentos, seja perguntando, seja reagindo. Coutinho faz mais uma pérola com o poder de suas contradições.
Avaliação: :D

Sudoeste
(Dirigido por Eduardo Nunces / Première Brasil)



Com uma fotografia espantosa, o filme é visualmente incrível e peculiar. Seu planos longos só evidenciam a beleza do lugar e de seus personagens, beleza que não é padrão, e sim única. Tudo converge para a criação da aura de realismo fantástico - Partindo do roteiro, passando pela arte e chegando na montagem. Lindo!
Avaliação: :D

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

FESTIVAL DO RIO 13/10

O Garoto que Mente
(Dirigido por Marité Ugás / Première Latina)



Extremamente delicado, lembra um pouco "Os Incompreendidos" (De François Truffaut), ao mesmo tempo em que parece se localizar em um mundo muito particular e distante do nosso - Um road movie muito particular. Talvez todo esse teor extraterreno seja oriundo da bela fotografia, da direção peculiar e do roteiro, que não teme seguir seu próprio rumo, assim como seu personagem.
Avaliação: :)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

FESTIVAL DO RIO 12/10

No dia mais fraco do festival, uma grande decepção e um belo filme estranho.

Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios
(Dirigido por Beto Brant e Renato Ciasca / Première Brasil)



Belissimamente fotografado, com usos incríveis das cores e planos maravilhosos, o filme se consagra como uma grande experiência plástica sensorial. Ainda que belo, admito não ter compreendido bem algumas metáforas claramente colocadas, ignorância minha, e não de seus realizadores, que executaram um bom trabalho.
Avaliação :)

Último dia em Jerusalém
(Dirigido por Tawfik Abu Wael / Imagens de Israel)



Grande decepção do festival. Um título tão bom, um filme tão ruim. Exceto algumas atuação razoáveis, nada mais salva. Um completo desperdício de tempo.
Avaliação: :X

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

FESTIVAL DO RIO 10/10

Quarto dia agitado nos bastidores, mas com pouco fluxo de filmes vistos. Entretanto, um excelente dia de filmes.

Invisível
(Dirigido por Michal Aviad / Imagens Israel)



Seguindo uma narrativa muito bem construída, com um roteiro inteligente e uma direção que faz jus ao mesmo. Em seu primeiro longa metragem de ficção, a diretora mostra um pleno domínio na arte de manipular as emoções do expectador.
Avaliação: :0

Prova de Artista
(Dirigido por José Joffily / Premiére Brasil)



A arte sobre a vida, a arte maior do que a vida. Com muita doçura, Joffily expõe o desejo pelo fazer artístico, a luta pelos ideias e os conflitos entre os diversos caminhos. Um dos melhores documentários brasileiros dos últimos tempos.
Avaliação: :)

domingo, 9 de outubro de 2011

FESTIVAL DO RIO 09/1O

Em um segundo dia bastante coerente, duas obras bastante peculiares, que levam o expectador a uma grande mistura de sensações.

Polisse
(Dirigido por Maïwenn / Expectativa 2011)



Com roteiro cheio de nuances e uma direção de tom documental, Polisse revela ao público uma estranha sensação de impotência. Seja por conta do sistema que tem seus próprios interesses, seja pela busca de explicação do inexplicável. Talvez seu único problema seja durar demais.
Avaliação: :O

Michael
(Dirigido por Markus Schleinzer / Panorama do Cinema Mundial)



Através de uma atuação exemplar de seu protagonista e de enquadramentos que permitem ao expectador a impressão do próprio olhar sobre o filme, gera-se uma sensação de ambiguidade. Onde nos vemos perplexos ao perceber que simpatizamos, ao mesmo tempo que enojamentos o seu protagonista - Um pedófilo, mas de atitudes desengonçadas. Um filme sombrio, que consegue ser cômico em alguns momentos.
Avaliação: :O

sábado, 8 de outubro de 2011

FESTIVAL DO RIO 08/10

Em um segundo dia um pouco mais tranquilo, o saldo é novamente positivo. Agora com uma obra realmente grandiosa, e outra um tanto quanto decepcionante, mas ainda assim agradável.

Histórias Que Só Existem Quando Lembradas
(Dirigido por Julia Murat / Première Brasil)



Guiado pela atuação simples de Sônia Guedes, onde cada gesto detém um grande potencial emocional, o filme atinge um nível de beleza raramente visto no cinema mundial. “Te Incomoda o silêncio?” pergunta a personagem de Sônia para outro personagem. Sim, incomoda. E purifica, arrepia, trás a tona a quase perdida essência do cinema.
Avaliação: *-*

Um Método Perigoso
(Dirigido por David Cronenberg / Panorama do Cinema Mundial)



O aparente afastamento imposto por Cronenberg consegue apenas me distanciar do filme, e tornar essa uma experiência fria, quase que indiferente. O roteiro é impecável, a técnica idem. As atuações são bastante coerentes, com destaque para uma brilhante Keira Knightley. O que é realmente defeituoso é a direção de Cronenberg – os enquadramentos são deprimentes em sua maioria –, que transforma o que poderia ser um filme realmente bom, em algo que não cativa nem um pouco.
Avaliação: :|

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

FESTIVAL DO RIO 07/10

Começou hoje a largada - O primeiro dia de Festival do Rio começou para nós, mortais. Nada de sessão de gala no odeon, nada de gente de terno e gravata. Uns correndo para conseguir cumprir a própria programação, uns criando e descobrindo a programação na hora. Uma loucura. Posso dizer que comecei o festival com o pé direito, e vou logo avisando, comprometo-me a escrever aqui sobre todos, ou pelo menos o máximo, dos filmes que eu vir a assistir no festival. Bom festival a todos nós cinéfilos!

LIÇÕES DE UM SONHO



(Dirigido por Sebastian Grobler / Mostra Geração)
Ainda que detendo uma série de clichês em seu roteiro, é realizado com tamanha delicadeza e simplicidade, que não pode deixar de ser nada menos do que belo.
Avaliação :)

GUN HILL ROAD



(Dirigido por Rashaad Ernesto Green / Expectativa 2011)
Um intruso em um mundo que não é seu, outro intruso em um mundo que naturalmente não é dele. Não é atemporal, não é forte, mas é um retrato fiel de uma época específica. Seja no campo temático, seja no campo estético, é produto absoluto de seu tempo.
Avaliação: :O

AS MELHORES INTENÇÕES



(Dirigido por Adrian Sitaru / Expectativa 2011)
Nem toda explicação conceitual pode fazer com que o filme deixe de ser o que é: Quase duas longas e enfadonhas horas. Desagradável para todos os públicos. Partindo de uma premissa excelente, conseguindo estraga-la.
Avaliação: :x

O FIM DO SILÊNCIO



(Dirigido por Roland Edzard / Expectativa 2011)
Dotado de uma plasticidade incrível,coloca em voga a questão mais recorrente do cinema contemporâneo: Você é capaz de se desprender e entregar-se completamente a u m filme. Se sim, terás uma experiência maravilhosa.
Avaliação: :)