quinta-feira, 29 de julho de 2010

Death Proof


“A Prova de Morte” é mais um daqueles filmes que sobre o olhar peculiar de Tarantino torna-se excelente e “cool”, mas que nas mãos de qualquer outro seria um lixo.

Talvez sejam os planos irresistíveis, ou seus diálogos ácidos e vulgares, quem sabe a tara por pés? Não sabemos o que realmente torna o cinema de Quentin Tarantino tão especial. O que sabemos é que os filmes de Tarantino são sempre incríveis.

Em “A Prova da Morte”, nos é contada: A história de um maníaco ex-dublê e seu carro tão assassino quanto ele, três amigas e uma quase traficante assassinadas pelo personagem de Kurt Russel (O ex-dublê) e seu carro, uma amiga deixada para trás com o borracheiro e três mulheres fenomenais em um dos maiores ápices feministas da história do cinema americano.

É praticamente impossível definir um filme de Tarantino por sua sinopse, ou pela descrição de como se desenrolam os acontecimentos. O charme está em como ocorre, e não no que ocorre. Diria que o filme é dividido em duas partes, a primeira parte é a que dispõe dos melhores diálogos, excessivos as vezes, e da melhor cena do filme: A dança erótica de Albernathy. A cena é muito bem filmada, sendo erótica e ao mesmo tempo desprovida de apelação. A segunda parte é mais ágil, a perseguição das garotas ao “ex-dublê” é sensacional.

A trilha sonora retrô, os defeitos propositais nas imagens (suscetíveis até a pequenas voltas), os pés, o feminismo, o vilão canastrão e a valorização do corpo feminino são as principais e mais perceptíveis características do filme. Uma excelente referência a todos aqueles filmes ruins que vemos nas prateleiras das locadoras. Vemos condensados no filme todo um estilo cinematográfico, ainda assim permanecendo original. O dom de Tarantino é inquestionável, o cara sabe como fazer filmes. Pretensioso ou não, Tarantino é um dos melhores diretores de sua geração, que mais uma vez transforma água em vinho.

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