Por que “Harry Potter e as Reliquias da Morte – Parte 1” é o melhor filme da saga Potter? Fácil responder. É de todos, o mais fiel a saga e o que melhor faz a leitura do livro para o cinema. Na questão do roteiro, os erros de “As Relíquias da Morte” estão nos filmes anteriores. O mais evidente é a morte de Dobby, que durante toda a saga tem grande importância, sempre auxiliando Potter e nos filmes apenas aparece na “Câmara Secreta”. Para quem nunca leu os livros a morte de Dobby não surtiu efeito algum, isso porque ao longo da saga insistiram em cortar ou modificar coisas importantes. Mas enfim, deixando o lado pottermaniaco de lado, vamos falar de cinema.
O destaque do enredo está na forma como são tratados os três protagonistas. Finalmente temos a dimensão de suas personalidades, com diálogos e situações bem elaboradas e executadas com maestria pelo diretor e pelos atores, o trio vai além das expectativas, por conta dos personagens e de seus intérpretes. Emma Watson mostra o quanto está madura, revelando o grande potencial para ser uma grande diva do cinema, se inserida no papéis certos. Radcliffe não surpreende, mas cumpre bem o seu papel. Quanto a Rupert Grint, parece que finalmente encontrou o tom de seu Ronald Weasley, além de ter ganho importância e cenas a altura. Roteirista e diretor enxergaram o seu potencial e extraíram seu melhor. Poderia inclusive render uma indicação a academia, quem sabe, sonhar nunca é demais.
O elenco coadjuvante brilha como já é recorrente. Bonham Carter, Rickman, Fiennes, Isaacs e Walters arrasam, tornando seus personagens e únicos e absurdamente fiéis a seus originais das páginas de Rowling, talvez até melhores.
A já citada direção cumpre muito bem o seu papel. Vemos um Yates mais maduro e sensato que nas outras partes da saga dirigidas por ele. As cenas de suspense são um show a parte, as cenas de Godric’s Hollow e da casa dos Malfoy são primorosas. Montagem e fotografia são dignas de destaque. Já a trilha sonora, pela primeira vez passa batida, nem fede e nem cheira. Direção de arte e figurino sempre belos, como em toda a saga.
O grande problema do filme esta no ritmo, que em sua desconexão poderia fazer os mais leigos quanto a saga perderem-se. E é ai que o filme perde toda a sua força e de uma obra-prima torna-se apenas um bom filme.
Há de lembrar-se também da excelente escolha de locações, principalmente nas cenas de florestas, lugares belíssimos, mágicos e ao mesmo tempo reais. Uma grande ironia, diga-se de passagem. Outro grande elogio vai para a cena da história das relíquias. A animação foi sensacional e serviu para descansar os olhos de toda a escuridão da fotografia.
Pela primeira vez um filme da saga Potter agrada fãs e cinéfilos. Melhor ainda, dá um imenso gosto de quero mais, deixando claro que esse é mais do que tudo, um filme de preparação. Que a Parte 2 venha logo, pois já estamos todos esperando. Enquanto isso, acho que vou reler a saga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário