quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

True Grit.

Eis que em 2010 surge uma obra-prima. Os irmãos Coen enfim criam um filme acima de qualquer gosto pessoal. O filme não só possui uma técnica perfeita como também uma história envolvente e um elenco arrasador.

True Grit, "Bravura Indômita" na tradução brasileira, conta a história da jovem Mattie Ross e suas aventuras ao lado de LaBoeuf e Rooster Cogburn. O pai de Mattie foi assassinado pelo perigoso bandido Tom Chaney. Determinada, Mattie contrata Cogburn, o homem mais bravo da região, para capturar o bandido e ter o seu pai enfim vingado. Em meio a essa trama aparece LeBoeuf, um texano que procura Chaney à tempos por um crime cometido em sua terra. Através de diálogos inteligentes e memoráveis, os irmãos Coen conduzem a história de forma brilhante, de forma bem estruturada, mas ainda assim fugindo do convencional.

Todos os planos são devidamente bem construidos, conectando-se com maestria a fotografia, trilha sonora, figurino etc. A trilha sonora transmite emoção e força na medida em que cada cena precisa, sem deslizes. A fotografia sombria revela uma nova forma de traduzir o clássico espirito do "Velho-Oeste" para as telas. Sem dúvida a fotografia mais original e bem pensada do ano. O figurino, a maquiagem e os cenários dispensam comentários, criam a atmosfera perfeita para o filme.

Hailee Steinfeld é perfeita em sua Mattie Ross, conduz com maturidade uma personagem difícil e cheia de nuances. Seus olhares marcantes e seu tom de voz cheio de escárnio entrarão sem dúvida para as páginas da história do cinema mundial.

Já o Rooster Cogburn de Jeff Bridges é eletrizante. A academia deve estar arrependida, se soubesse, provavelmente teria esperado um ano mais para dar o Oscar a Bridges. Jeff dá brecha para que apareçam os defeitos de Rooster, sem que percamos a admiração por seus feitos. O ator nos leva a sentir o mesmo que Mattie Ross sente no filme, traduzindo uma verdade espantosa.

Matt Damon e Josh Brolin cumprem bem seus papéis, mas não chamam tanto a atenção. Apenas seguem o fluxo maravilhoso que é o filme dos Coen. É difícil não se apaixonar por True Grit, uma grande homenagem a toda uma era de filmes americanos, e ao mesmo tempo uma divina obra contemporânea e atual. É disso que o cinema precisa, obras sem prepotência e maneirismos. Obras que respeitem sua forma e brilhem sem apelos. Perfeito, não há palavra que defina melhor.

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