sábado, 11 de junho de 2011

Festival Varilux - Potiche.



Potiche mantêm o bom nível do festival, entretanto perpassa um caminho diferente. Enquanto "Copacabana" e "Uma Doce Mentira" cumprem seus papéis sem dar saltos maiores que as pernas, Potiche promete, mas não cumpre.

A presença excessiva de maneirismos impede que o filme se torne a obra prima que parece preparar nos minutos iniciais. A montagem, o roteiro, a mise en scène, todos lembram estruturalmente a um videoclipe. Com muito requinte, é claro.

Apesar da arrumação brega, cada sequência do roteiro é uma pérola. É de se imaginar que as pessoas a lerem a sinopse detalhada ficaram embasbacadas, se gostaram do resultado já são outros quinhentos. Dentro das sequências do filme, as relações entre personagens são construídas maravilhosamente. Os personagens são extraordinários e ao mesmo tempo palpáveis, conduzidas por atuações de peso. A lógica familiar é composta de forma maestral. Talvez por isso a atuação de Depardieu seja ofuscada. Ao contrário de Deneuve, que brilha.

A direção de arte, a maquiagem, o figurino e a trilha sonora são jóias a parte. A história da defeituosa Potiche que não foi feita para ficar na prateleira traça um caminho paralelo ao filme: Um diamante bruto e belíssimo.

Visto no dia 11/06/11 no Festival Varilux.

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