terça-feira, 14 de junho de 2011
Festival Varilux - Xeque Mate
A simplicidade do cinema de Caroline Bottaro emociona e faz com que o público sai do cinema com um sorriso bobo na face.
A brilhante Sadrine Bonnaire interpreta Hélène, uma mulher que abdicou de sua vida para se casar. Faxineira doméstica, Hélène aceita tudo que que a vida lhe impõe sem reclamar. Ao ver um casal jogando xadrez no hotel em que trabalha como camareira, passa a nutrir o desejo de aprender o jogo. Ministrada pelo patrão de uma casa onde trabalha, O Dr. Krüger de Kevin Kline, Hélène transforma o xadrez em motor da sua vida.
O xadrez simboliza o ponto de virada da vida de Hélène, que deixa de ser passiva a tudo. A relação com o trabalho, o marido, a filha, as amigas e sobretudo a vida, são postas em perspectiva. Em meio a um turbilhão de conflitos externos, é contra si que Hélène tem que de fato lutar, a fim de permitir a si mesma o direito de ser feliz.
Recheado de atuações excelentes, "Joueuse" possui um texto primoroso e uma mise en scène leve e cuidadosa. Bonnaire e Kline estão estupendos, respeitam os ritmos de seus personagens e não se perdem em atuações exageradas e viciosas.
As locações são belíssimas, muito bem aproveitadas pela direção de fotografia. A direção de arte imprime uma realidade crua que permite que a mise en scène se sobressaia ainda mais.
Um filme simples, doce e de uma beleza pouco vista no cinema atual.
Visto no dia 14/06/11.
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